Na altura das festas de São João, algumas raparigas namoradeiras andam à volta da estátua de São Longuinhos, proferindo orações, com objetivo de apressar o seu casamento.
De acordo com a lenda, um lavrador muito rico, de nome Longuinhos apaixonou-se por uma rapariga chamada Rosinha, e pediu a mão dela em casamento. O pai dela mostrou-se um negociador difícil, e apenas cedeu quando Longuinhos lhe prometeu uma pensão.
No entanto, Rosinha amava outro rapaz, pelo que ficou lívida, quando o pai lhe contou que concedera a sua mão a Longuinhos e não queria perder o negócio que fizera. Rosinha saiu a tremer de ao pé do pai e, chorosa, começou a orar, apelando a São João. Eis que, de súbito, ouve uma voz dentro de si que lhe dizia que tudo se arranjaria.
A voz era a de São João, que dali foi ter com Longuinhos. Argumentou que, se Longuinhos era tão seu amigo, não seria capaz de estragar a felicidade dos dois jovens que tanto se amavam. Longuinhos então caiu em si e compreendeu que, se a rapariga amava outro, e era correspondida, ele não tinha o direito de destruir a felicidade de ambos. E acrescentou:
“- Se me consentes, São João, eu próprio serei o padrinho desse casamento! Sei que precisam de um bom começo de vida e eu me encarregarei disso. Quanto ao meu amor, cá o entreterei até que se desvaneça!”