Castro do Monte da Consolação

No local encontra-se apenas uma réplica construída de uma casa castreja com telhado em colmo.

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Na segunda metade do século XIX, Portugal viveu um forte despertar para o estudo das “antiguidades nacionais”, influenciado por correntes arqueológicas, antropológicas e etnográficas europeias. Este interesse levou à criação de instituições científicas como a Comissão dos Estudos Geológicos, a Sociedade de Geografia de Lisboa e o Museu Etnográfico Português — todas com sede em Lisboa, mas que impulsionaram também iniciativas noutras cidades.

Em Guimarães, destacou-se a fundação da Sociedade Martins Sarmento, liderada por Francisco Martins Sarmento, notável pelas suas descobertas arqueológicas, como a Citânia de Briteiros. Em Braga, o arqueólogo Albano Belino (1863–1906) deu continuidade a este trabalho, em contacto com figuras como José Leite de Vasconcellos, focando-se particularmente na presença romana em Braga e na identificação de vestígios da Idade do Ferro.

Entre os seus contributos mais relevantes está a identificação do Castro do Monte da Consolação, um povoado fortificado situado num ponto estratégico de Braga. Este castro, dotado de muralhas e fosso defensivo, apresenta vestígios de longa ocupação, como cerâmica e mós, embora ainda não tenham sido encontradas estruturas habitacionais. À semelhança de outros castros, foi reocupado na época romana, como demonstram os materiais de construção recolhidos no local (tegulae e imbrex). No local encontra-se apenas uma réplica construída de uma casa castreja com telhado em colmo. Anualmente é aí organizado o Festival Castro-Galaico.